segunda-feira, 28 de junho de 2010

Desejo pelos dois sexos
XSEXSHOP

Sharon Stone estava numa festa em Hollywood quando desapareceu acompanhada de uma atraente mulher. As duas só voltaram muito depois...a sobremesa já estava sendo servida. Mas ela também adora fazer sexo com homens. Sua secretária se encarrega de marcar todos os seus encontros amorosos. Essas indiscrições foram divulgadas pelo jornal Sunday Mirror e fazem parte da biografia não-autorizada da atriz. Outra estrela americana, Jodie Foster, teve seu desejo sexual por mulheres revelado num livro escrito por seu próprio irmão. Entrevistada pelos jornais, declarou: "Tive uma ótima educação, que nunca me fez diferenciar homens e mulheres." Esses são apenas alguns exemplos dos incontáveis casos de bissexualidade famosos.

As estatísticas mostram que a grande maioria já sentiu, de alguma forma, desejo por ambos os sexos. Pesquisas indicam que nos Estados Unidos mais de 40% dos homens casados, durante toda a vida de casados, se envolveram em sexo regular com outros homens. Seríamos todos bissexuais dependendo apenas da permissividade do nosso meio social? Para Freud o ser humano é biologicamente bissexual. Nasceríamos com um impulso sexual dirigido tanto para pessoas do sexo oposto como para as do mesmo sexo, e a orientação sexual — homo ou hetero — seria determinada na infância.

O pesquisador americano Alfred Kinsey acredita que a homossexualidade e a heterossexualidade exclusivas representam extremos do amplo espectro da sexualidade humana. Para ele, a fluidez dos desejos sexuais faz com que para cada heterosexual exista pelo menos uma pessoa que sinta, em graus variados, desejo pelos dois sexos. Entretanto, essas sempre foram acusadas de indecisas, de estar em cima do muro, de não conseguir se definir. Os heterossexuais costumam ver a bissexualidade como um estágio e não como uma condição alcançada na vida. Muitos gays e lésbicas desprezam os bissexuais acusando-os de insistir em manter os "privilégios heterossexuais" e de não ter coragem de se assumir. Por isso, é comum esconderem a sua dupla orientação na tentativa de se proteger das críticas.

Em 1975, a famosa antropóloga Margareth Mead declarou: "Acho que chegou o tempo em que devemos reconhecer a bissexualidade como uma forma normal de comportamento humano. É importante mudar atitudes tradicionais em relação ao homossexualismo, mas realmente não deveremos conseguir retirar a carapaça de nossas crenças culturais sobre escolha sexual se não admitirmos a capacidade bem documentada (atestada no correr dos tempos) de o ser humano amar pessoas de ambos os sexos."

Porém, a aceitação social da bissexualidade sofreu um retrocesso na década de 80, com o surgimento da AIDS. Os bissexuais foram acusados de gays enrustidos, que estariam disseminando o vírus HIV, inclusive dentro do casamento. É fundamental que não se confundam valores morais impostos socialmente — como a heterossexualidade — com uma epidemia que pode ter seu contágio controlado com o uso de preservativos. É mais provável que o aumento de casos de AIDS entre pessoas casadas esteja diretamente relacionado aos preconceitos e idéias equivocadas sobre fidelidade. Fica difícil um homem bissexual inserir o uso da camisinha no sexo com a esposa.

Quase todas as pessoas afirmam que romperiam um namoro ou casamento se descobrissem que seus parceiros são bissexuais. Mas isso é uma questão cultural. Na Grécia Clássica (século V a.C.) a iniciação sexual de um jovem se dava com o seu tutor. E era considerado natural que os cidadãos gregos casados e respeitáveis tivessem relações sexuais com as esposas, as concubinas, as cortesãs e os efebos (jovens rapazes).

Marjorie Garber, professora da Universidade de Harvard, que elaborou um profundo estudo sobre o tema, compara a afirmação de que os seres humanos são heterossexuais ou homossexuais às crenças de antigamente, como: o mundo é plano, o sol gira ao redor da terra. Acreditando que a bissexualidade tem algo fundamental a nos ensinar sobre a natureza do erotismo humano, ela sugere que em vez de hetero, homo, auto, pan e bissexualidade, digamos simplesmente isexualidade.

Será que o amor pelos dois sexos se tornará uma opção cada vez mais comum a ponto de predominar? A bissexualidade, como muitos afirmam, vai ser mesmo o sexo do futuro?

Nenhum comentário:

Postar um comentário